Do ENEDS ao Fórum Social Mundial: ergue-se a bandeira por uma engenharia popular e solidária

da Fisenge

por Clécio Santos*

Quando um grupo de estudantes e professores da UFRJ decidiu realizar um Encontro de Engenharia e Desenvolvimento Social, em 2004, talvez não tenham imaginado que aquele encontro acadêmico se tornaria nacional no ano seguinte, ganharia edições regionais a partir de 2011, chegaria à sua décima segunda edição nacional em 2015, realizada em Salvador-BA, com cerca de 700 participantes, maior público do evento até hoje, e teria como fruto do acúmulo de seus debates e de sua mobilização a realização de um debate sobre a engenharia popular e solidária que queremos durante o Fórum Social Mundial (FSM), realizado em Porto Alegre, de 19 a 23 de janeiro de 2016.

O debate, realizado no Centro Municipal de Formações de Trabalhadores Paulo Freire (CMET Paulo Freire), na sala 7, no dia 22, às 10h45, foi organizado em conjunto pela comissão organizadora do III Encontro Regional de Engenharia e Desenvolvimento Social do Sul – EREDS SUL, que acontecerá em meados de maio deste ano, na cidade de Santa Maria-RS, e pelo Senge Estudante Bahia, organização de estudantes vinculada ao Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge BA), o qual apoiou diretamente a organização do III EREDS Nordeste e do XII ENEDS. Estiveram presentes no debate 43 participantes, em sua maioria estudantes e profissionais de engenharia, mas também profissionais da educação e estudantes de cursos de ciências humanas e sociais.

Do ENEDS ao Fórum Social Mundial: ergue-se a bandeira por uma engenharia popular e solidária

Ao longo de mais de duas horas, foram discutidas questões relacionadas à formação universitária em engenharia, ao exercício profissional da engenharia e à luta política necessária para que a engenharia esteja a serviço da construção de outro mundo possível, como conclamou o tema do FSM. Entre os temas discutidos, estiveram: interdisciplinaridade acadêmica, extensão universitária, tecnologias livres, autogestão e economia solidária, saneamento, direito à cidade, educação popular, agroecologia, racismo e machismo nos cursos de engenharia, ambiente profissional, sindicalismo, defesa da democracia e do interesse público, Rede de Engenharia Popular Oswaldo Sevá (REPOS), entre outros.

Como saldo deste debate dentro do FSM, além do estabelecimento de contatos entre estudantes e profissionais que já lutam em diversas das frentes discutidas, a exemplo da articulação entre estudantes de engenharia sanitária e ambiental e engenheiros que trabalham com saneamento, temos o aumento de visibilidade da bandeira por uma engenharia popular e solidária, onde bandeira ganha sentido literal ao ser confeccionada pela primeira vez durante o fórum. Da mesma forma, ao longo dos cinco dias do FSM, camisas estampando a frase “Por uma engenharia popular e solidária!” foram usadas por dezenas e vistas por centenas, dizendo ao conjunto dos movimentos sociais presentes que também na engenharia tem gente lutando para a superação do capitalismo, do racismo, do patriarcado e do colonialismo.

*Estudante de Engenharia da Computação (UFBA) e Coordenador do Senge Estudante Bahia

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Fonte: Senge-BA

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